Inicio o ano com mais um dos meus momentos divagantes.
Desejo-te
Momentos de introspecção, abuso.
Clarividências de tudo o que vivi,
O que desejaria ter vivido, o que não me deste.
Momentos que entrego ao desuso.
Memórias… não sei se as senti,
O que poderia ter vivido, o que não me deste.
Desejos gritados por olhares.
Arrepios passeiam ao natural,
O que desejaria ter sentido, o que não me deste.
Segredos que atravessam mares.
Guardados num corpo divinal.
O que poderia ter sentido, o que não me deste.
Medos ferozes, persistentes.
Do que foi, do que era!
Do desejo de não desejar o que ainda não sentimos. O que não te dei.
Abraços arranhados e dormentes,
Unhas que cravam a pele da fera.
Desejosa de desejar o que ainda não sentiu. O que não te dei.
Recordo prazeres a dois
Gritos vorazes e titubeantes,
De desejo e de desejar ainda mais. O que não te dei.
Oh, imaginação fértil que sois!
Que gritos querias e gemidos ouvias, dissipantes.
Mas desejo deixar de te desejar
E sei que sabes o mesmo que julgo saber. O que não te dei…
Miguel Linhares, Ponta Delgada, 07 de Julho de 2006
Sem comentários:
Enviar um comentário