quinta-feira, janeiro 18, 2007

ART&MANHAS4 - Encontro de artes durante cinco dias

Fonte - www.auniao.com / Texto - João Rocha

"Cinco intensos dias de encontro de artes”. É este o fio condutor da quarta edição do projecto ART&MANHAS, a decorrer na sede da Recreio dos Artistas, em Angra do Heroísmo, entre 17 e 21 de Janeiro.
De quarta a domingo, o programa contempla exposição de fotografia, fórum de discussão, poesia, curtas-metragens, teatro, café concerto e stand up comedy. Desta forma, segundo o promotor da iniciativa, o Teatrinho – Espaço de Criação, será “possível garantir um verdadeiro encontro de artistas, onde todos os presentes e participantes tomem verdadeiramente contacto com o trabalho de outros”. Como encontro de artes, o ART&MANHAS4 pretende “valorizar o maior número de áreas artísticas possível, sendo que a Fotografia, no mundo digital em que vivemos, ocupa indubitavelmente um lugar de destaque”.
Na quarta edição deste encontro de artes, o Teatrinho lançou o desafio a três jovens fotógrafos (Elisabete Costa Homem, Paulo Andrade Silva e Rita Silva) para integrarem uma exposição de fotografia colectiva intitulada “Primeiras Impressões”. Como o nome indica, trata-se uma exposição inaugural, onde estes jovens fotógrafos expõem, pela primeira vez, os seus trabalhos. Acresce que ao longo do ART&MANHAS, paralelamente à exposição de fotografia, e com início coincidente, decorrerá a actividade Foto da Noite. Assim, no espaço da exposição será reservado um expositor vazio. Desafiando os participantes e público em geral, esse expositor será preenchido com a foto que, a partir da escolha de um júri nomeado para o efeito, melhor qualidade tiver para exposição. “Desafiamos desta forma o público do encontro, assim como todas as pessoas, para participarem neste desafio: para tal é apenas necessária uma máquina fotográfica e muita imaginação” – especifica a organização. No final da noite, após a selecção do júri, a foto vencedora daquela noite será impressa e exposta – integrada na exposição Primeiras Impressões – durante o dia seguinte e ao longo de todo o dia até à escolha e impressão da foto da noite seguinte.
Por outro lado, e subordinado ao tema “Cultura e Entretenimento”, tem lugar um fórum de discussão que pretende ser um “espaço aberto e convidativo à discussão, ao confronto e à reflexão no domínio das políticas culturais da responsabilidade de diversas entidades da ilha, numa base de concertação e entendimento cultural”, que apresenta como convidados Cláudia Cardoso, Mariana Matos e Sónia Borges.

Teatro

“O Canto do Cisne”, “E o Texto?” e “Elas sou eu – o que a gente não faz para pagar a renda?” são as três peças teatrais que subirão ao palco durante o ART&MANHAS 4.Com produção do Nariz – Teatro de Grupo, a sinopse de “O Canto do Cisne “ referencia “dois actores, uma sala de teatro desnudada, 15 projectores, uma mesa de luz e uma simples aparelhagem com leitor de CDs, ajudam a situar o encontro – (fora de horas) de dois ratos do teatro – um ponto e um actor – numa exposição cruel da vida de dois fazedores de teatro”. “Duas personagens capazes de puxar pelo talento e despertar os grandes papéis que interpretaram ao longo do tempo num ritmo estonteante, em tom trágico – cómico em que todo o trabalho técnico (som e luz) é da responsabilidade dos actores” – sintetiza. Quanto à sinopse de “ E o Texto?”, é sublinhado que “não deixa de ser uma pertinente pergunta para qualquer peça de teatro. Todas as peças de teatro têm um texto. Todos os textos têm um autor. Todas as peças de teatro têm actores e por consequência um autor. O autor do texto. Há textos grandes, textos pequenos, textos humorísticos, textos dramáticos, textos… enfim, há efectivamente uma grande diversidade de textos. Há também igualmente uma grande diversidade de peças de teatro, consoante os textos”. Produzido pelo Teatro Novo, “Elas sou eu – o que a gente não faz para pagar a renda?” questiona sobre o “que acontece quando uma empregada doméstica consegue convencer o seu patrão, às vésperas de uma estreia, de que ele é um péssimo actor?”. “Ele mata-se? Despede a empregada por justa causa? Ou simplesmente deixa de aparecer no teatro dando, sem saber, oportunidade à empregada de tomar o seu lugar no espectáculo “Elas sou Eu – O que a gente não faz para pagar a renda”?” – concretiza a sinopse do espectáculo.

Curtas-metragens

“Apostando sempre na inovação e privilegiando as novas tecnologias”, criou-se o espaço “Noites Curtas” para a apresentação de curtas-metragens ao público terceirense. Algumas das obras em apresentação foram realizadas nos Açores, outras foram da autoria de autores açorianos, outras provêm do continente português.As películas em exibição são “A festa: Gonçalo Cabaça. Duração: 5.53”, “Refunction: Solange Costa. Duração: 3.03”, “Poser: Marco Costa, Filipe Ribeiro, Paulo Jesus. Duração: 2.33”, “Mas… quem és tu?: Gonçalo Cabaça. Duração: 2.15”, “Auto Retrato: Jorge Franco. Duração: 3.10”, “O Marinheiro: Marco Costa. Duração: 3.00”, “Operação Plástica: Paulo Ávila Sousa. Duração: 3.33” e “Como fazer a animação mais simples: Gonçalo Cabaça. Duração: 2.02”. O ART&MANHAS acredita que o “futuro criativo dos Açores (e não só) passa não só mas também pela criação cinematográfica, vertente cultural que assume cada vez mais importante no cenário cultural açoriano”.

Poesia e música

O encontro de artes reserva, ainda espaço para “Confidências… (de 1 dia)”. Nascido em 2003, este projecto de Luís Costa (voz) e Rui Terra (piano) tem como ponto de partida poemas e/ou desabafos não só originais, como também de grandes nomes da poesia Portuguesa, tais como Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Eugénio de Andrade, entre outros; acompanhados por arranjos musicais na sua grande maioria originais. O projecto apareceu para, de uma forma diferente, e a nível regional, mostrar às camadas mais jovens e não só, uma outra maneira de ver a poesia. Desde 2004, “O Confidências… (de 1 dia)”, já efectuou 3 recitais de poesia no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.
O espaço do Café Concerto é também animado pela banda “Othello”, formada em 2006, com a vontade de criar temas originais. Começaram por tocar alguns covers... ao mesmo tempo foram criando o seu próprio som, que se caracteriza pela diversidade de influências e estilos de cada elemento, que vão da música erudita ao Rock, passando pelo jazz e funk. O artista Pedro Machado é outra presença confirmada, apresentando versões acústicas de músicas internacionais.

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